Às 10 horas de sexta-feira, 23 de Abril, foi efectuado o 179º lançamento da revista “Nova Águia” na Biblioteca do Agrupamento de Escolas Damião de Góis (de que o blogue da revista dá-nos conta: www.novaaguia.blogspot.com ) com a ilustre presença do Doutor Renato Epifânio, membro da Direcção da revista ( exercida em conjunto com o Professor Paulo Borges e a Professora Celeste Natário), reconhecido especialista e investigador nas correntes filosóficas portuguesas contemporâneas e porta-voz do Movimento Internacional Lusófono. A sua apresentação incidiu na explicitação dos diversos temas (dos números 1,2,3,4 e 5) já publicados e na sua reflexão pedagógica, bem alicerçada, sobre o papel do mundo e da cultura lusófona segundo o pensador Agostinho da Silva. Esta sua pertinente intervenção despertou, certamente, alguns dos presentes para a leitura do seu livro “A via lusófona – um novo horizonte para Portugal” (Lisboa, Edições Zéfiro, 2010).
A temática do nº 5 da revista “Nova Águia”, ‘Os 100 anos d’ ‘A Águia’ e a situação cultural de hoje’ (1º semestre de 2010), resulta duma abordagem multidisciplinar d’ “A Águia”, no momento em que se comemora o centenário do seu aparecimento (1910-2010). Esta revista reuniu importantes escritores, pensadores e poetas portugueses do início do século XX e tornou-se em 1912 órgão do movimento cívico e cultural da “Renascença Portuguesa”. Foi apresentada uma cópia da capa do número 1, de 1 de Dezembro de 1910, e evocada a premente necessidade de revalorizar o património cultural português no contexto do esboroamento das identidades culturais do nosso mundo Global.
Procurou-se também, com base na pluralidade de conteúdos deste número, apresentar alguns paralelismos entre a situação cultural de hoje e a referente ao contexto pós-revolucionário em que a revista “A Águia” nasceu. Enfatizou-se, sobretudo, que a população actual embora alfabetizada sofre de uma profunda iliteracia impeditiva de uma intervenção cívica esclarecida devido ao excesso noticioso da sociedade da informação e à transversal incapacidade de interpretar sinais, enquanto na 1ª República a preocupação incidia em alfabetizar a população para a poder fazer aceder a novos patamares culturais. O professor Nuno Ferrão lembrou, ainda, nesta sessão de lançamento da “Nova Águia” que só com cultura se garantem verdadeiramente as liberdades, as capacidades criativas e a qualidade de vida dos cidadãos.
Nuno Ferrão